Banespa, um pouco da história

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Mario Sidnei Moreira - Atualizado em 26/09/2021

 

O banco estatal paulista foi fundado em 14 de junho de 1909, com o nome Banco de Crédito Hipotecário e Agrícola do Estado de São Paulo. 

 

Foi criado para financiar a cultura cafeeira paulista. 

 

Até 1919 tinha capital estrangeiro de origem francesa. Foi nacionalizado quando o Tesouro Estadual comprou o controle francês, com ajuda financeira do então poderoso Instituto do Café.

 

Em 1926 foi denominado BESP – Banco do Estado de São Paulo São Paulo, S/A. A sigla Banespa surgiu com um programa que deu nova identidade visual ao banco.

 

Em 1932 admitiu uma mulher, Maria Eugênia Guimarães, como funcionária efetiva. Surgiu então a primeira bancária brasileira. provocando escândalo na sociedade paulistana.

 

Em 1937 começou o "imperialismo": abriu sua primeira agência em outro Estado, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

 

Em 1968, criou a Cabesp, que já teve cerca de 15,5% das ações com direito a voto do banco. Em 31/03/2021 registrava o patrimônio de R$10.911.316.814,77 e possuía R$10.845.183.783,55 em aplicações financeiras.

 

Em 1969, o Banespa tinha o 3º maior volume de ações negociado em bolsa.

 

Em 1971, popularizou o atendimento personalizado a clientes, com a criação do Cheque Especial.  

 

Em 1973, abriu o primeiro escritório de representação internacional, em Nova York.

 

O primeiro sistema de previdência dos funcionários do Banespa é criado em 1975. Os funcionários que se aposentaram antes desse ano tiveram a pensão bancada pelo banco.

 

O Banco do Estado de São Paulo sempre foi motivo de orgulho para os paulistas.

 

Teve importante papel no desenvolvimento do Estado, contribuiu decisivamente para o financiamento da agricultura, do comércio, da indústria, de estradas, do metrô da cidade de São Paulo, salas de aula e do saneamento básico, em centenas de municípios.

 

A crise dos bancos estatais não decorreu apenas de desmandos administrativos e muita corrupção, mas do desequilíbrio econômico promovido pela política econômica irresponsável.

 

A maior parte do endividamento do Banespa aconteceu entre o final dos anos 80 e início dos anos 90, quando concentrou cerca de 85% dos seus recursos na rolagem da dívida do Estado.

 

Quando a situação apertava, o Palácio dos Bandeirantes obrigava o banco a comprar títulos emitidos pelo Estado.

 

Apenas na gestão de Carvalho Pinto a dívida do estado diminuiu.

 

Em 1994, o Banco Central  colocou o banco no Regime de Administração Especial Temporária.

 

Em 20 de novembro de 2000, com o lance surpreendente de R$ 7,05 bilhões, equivalente a um ágio de 281% sobre o preço mínimo de R$ 1,85 bilhão, o Banco Santander arrematou hoje o Banespa.

 

Éramos nacionalistas e estatizantes, tornamo-nos cosmopolitas liberais.

 

O liberalismo econômico é muito bonito em teoria, mas nenhum país desenvolvido o pratica integralmente.

 

Mas, engana-se quem pensa que tudo aconteceu em obediência à cartilha neoliberal. A centralização do poder, o fortalecimento do poder central foi um dos, senão o maior, objetivo alcançado.

 

O Banespa que sobreviveu à crise de 1929, ao colapso da economia cafeeira, à Revolução de 1932, às duas grandes guerras, não resistiu ao Fórum de São Paulo.

 

Fonte: Arquivos da Folha de São Paulo