Disneyland Paris

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Julia Galvão 26/01/2020

 

Muitas coisas chamaram minha atenção na Disneyland Paris. Porém, me intrigou o fato de o Tio Patinhas ser tão amado por lá. Sempre procurei, sem sucesso, encontrar um boneco dele nos parques americanos.

 

Fico me perguntando se seria por questão cultural ou econômica, de direitos autorais. Talvez, uma entrevista dada pelo escocês Barks, o criador do Tio Patinhas, em que resumiu sua crença sobre o personagem, conhecido nos Estados Unidos  como Scrooge McDuck, possa nos ajudar a entender:

“Sempre olhei para os patos como seres humanos caricaturados. Ao reler as histórias, percebi que eu tinha conseguido um pouco de profundidade em alguns deles: havia filosofia lá que eu não tinha percebido que estava colocando. Era uma característica adicional que acompanhava as histórias. Penso que muita filosofia nas minhas histórias é conservadora e conservadora no sentido de sentir que nossa civilização atingiu o pico por volta de 1910. Desde então, estamos em decadência. Grande parte da cultura mais antiga tinha qualidades básicas de que o novo material que mantemos na incubação nunca se pode combinar.

 

Olhe para as magníficas catedrais e palácios que foram construídos. Ninguém pode construir esse tipo de coisa hoje em dia. Além disso, acredito que devemos preservar muitos antigos ideais e métodos de trabalho: honra, honestidade, permitindo que outras pessoas acreditem em suas próprias ideias, não tentando forçar a todos uma forma. O que tenho contra o atual sistema político é que ele tenta fazer todos exatamente iguais. Devemos ter um milhão de padrões diferentes.

 

Eles dizem que pessoas ricas como os Vanderbilts e Rockefeller são pecaminosas porque acumularam fortunas, explorando os pobres. Eu sinto que todos devem ser capazes de subir tão alto quanto podem ou querem, desde que não matem ninguém ou oprimam outras pessoas no caminho certo. Um pouco de exploração é algo que você vê na natureza. Nós o vemos na ordem pecaminosa dos animais - todos devem ser explorados ou explorar alguém em certa medida. Eu não me ressenti com essas coisas.”

O que destacar na personalidade do tio, a avareza ou a honestidade?

 

Quem sabe a explicação não seja a maneira diferente dos franceses e americanos encararem a vida.

 

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